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Mostrando postagens de maio, 2019

A morte enquanto tabu

É bastante corriqueiro nos nossos dias ouvir que a morte é um tabu, aquilo sobre o que não se quer falar, ou antes, aquilo sobre o que não se quer pensar. Vemos o quanto a morte está nesse lugar de tabu, do interdito, por exemplo, quando notamos ser corriqueiro que se escondam as mortes das crianças, quando se evita a presença destas em hospitais, UTI’s e funerais. Como se a criança não pudesse, psiquicamente, elaborar o fato, inevitável, de sermos todos, (inclusive elas), mortais. O historiador francês Philippe Ariès, conhecido por seus estudos históricos sobre as representações sociais da morte, nos revira um pouco de nosso modo naturalizado de entender a morte. Em um de seus estudos, ele remonta as representações sociais da morte antes do século XVIII, fazendo ver que, na sociedade ocidental, a morte nem sempre foi tratada como tema censurado. Ariès assinala que antes do século XVIII a morte já havia sido uma “morte domada”, ou seja, um fenômeno parte do cotidiano. N