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Mostrando postagens de 2018

Setembro amarelo - A prevenção do suicídio e o contexto oncológico

Setembro amarelo - A prevenção do Suicídio e o contexto oncológico O  suicídio é considerado uma questão de saúde pública e isto, por si, justifica que este tema venha sendo cada vez mais chamado ao debate, no âmbito social e no âmbito da saúde. O mês de setembro é representativo nesse sentido, já que desde 2015 tem sido o mês que representa oficialmente o alerta amarelo, o alerta da prevenção ao suicídio. Atualmente o dia 10 de setembro é o dia internacional de prevenção ao suicídio. Pensar o tema do suicídio não é tarefa das mais simples. É um tema permeado por estigmas originados de questões morais e religiosas, contudo, não debater este tema de forma direta e objetiva, impossibilitaria a prevenção e as ações de cuidado, totalmente necessárias e cada vez mais urgentes. É preciso, portanto, refletir sobre o suicídio de modo direto e com o envolvimento de profissionais de diversas áreas, considerando o caráter multifatorial deste fenômeno tão complexo. No contexto oncológico,

Setembro amarelo - Refletir sobre o suicídio é refletir sobre a vida

Setembro amarelo - Refletir sobre o suicídio é refletir sobre a vida O mês de setembro é, desde 2015, o mês que simboliza a prevenção ao suicídio. A campanha "Setembro Amarelo" faz parte de uma série de ações informativas e de prevenção extremamente pertinentes e fundamentais, já que suicídio é atualmente considerado uma questão de saúde pública e enquanto tal, precisa ser foco de intervenção de políticas públicas de prevenção, o que envolve profissionais de variadas áreas. No entanto, o objetivo deste texto não é apenas discorrer sobre a campanha Setembro Amarelo. É, sobretudo, ressaltar a importância da prevenção do suicídio em todos os  meses do ano. Para isto aproveitamos que a atenção de todos está voltada para o tema e para o dia 10 de setembro (Dia mundial de prevenção ao suicídio). Desde Durkheim (sociólogo francês, autor do clássico O suicídio) até hoje, geralmente os sociólogos pensam o tema do suicídio em sua articulação a questões sociais, a movi

O luto por suicídio e suas especificidades

O luto por suicídio e suas especificidades O luto é considerado um processo normal do ponto de vista humano-existencial; um fenômeno reativo à perda de um ente querido. Esse entendimento atual é bem próximo ao de Freud que descrevia o luto como uma reação (normal) à perda de um ente querido, ou à perda de algo existencialmente importante (como num término de relacionamento amoroso) etc. Freud assinalou que embora o luto possa envolver importantes (e passageiros) afastamentos daquilo que se constitui como atitude normal em relação à vida, não se trata necessariamente de uma condição patológica passível de tratamento médico.  Já para Winnicott (psicanalista inglês), a perda do ente querido desperta sentimentos ambivalentes (amor e raiva) que são sentimentos que ficam introjetados no enlutado. Ao longo do processo de elaboração do luto (num período que pode variar de pessoa para pessoa) a ambivalência tende a se dissolver, a raiva se dissipar e a angústia pela perda se tr

Precisamos falar sobre Suicídio (suas estatísticas) e sobre adolescência

Precisamos falar sobre Suicídio (suas estatísticas) e sobre adolescência As recentes notícias do Suicídio de adolescentes em colégios tradicionais de São Paulo deixaram a todos absolutamente perplexos. É estarrecedor e muitas vezes dolorido falar sobre esse assunto e mais ainda quando de tratam de jovens. Cabem antes então, algumas contextualizações. O  tema do Suicídio vem sendo debatido com maior destaque nos últimos anos, especialmente após o início da campanha "Setembro Amarelo", a qual é parte de um amplo e necessário esforço no sentido de prevenção. Suicídio é hoje uma questão de saúde pública; discutido na comunidade médica, científica e no âmbito da Saúde em geral. A OMS divulga há anos um vasto material sobre o tema, com informações sobre conceitos e formas de lidar com a questão, em si, tão complexa. Suicídio é considerado por muitos um assunto tabu. É tema de reflexão e debate de sociólogos, médicos, psicólogos e outros profissionais que se debruçam sob

A questão da finitude e a atuação em Cuidados Paliativos - Breve relato de experiência

A questão da finitude e a atuação em Cuidados Paliativos - Breve relato de experiência A  questão de como conviver com a iminência da morte gera muita perplexidade nas pessoas. Acho curioso, porque é como se o próprio viver não fosse a iminência da morte. Como se um dia vivido não fosse um dia a menos na nossa conta dessa chance única que temos chamada vida. Ainda que se tenha um pensamento confortado pela religião essa chance com esta existência e  toda singularidade nela implicada, é sim uma chance única. Talvez isso explique o quanto nos esforçamos para aproveitar as pequenas grandes coisas nos momentos em que nos damos con ta da efemeridade da existência. A morte, ou a iminência dela, talvez seja tão dolorida porque nos lembra que só temos uma chance. Uma tentativa que é erro também, erro é aprendizado, construção de cada história. E sempre é dolorido quando um querido vai embora. Porque quando se parte jovem, pensamos no que poderia ser. No "e se" perdido, um c

A obrigação do ser forte e a permissão para chorar

A obrigaçao do ser forte e a permissão para chorar Existem algumas crenças (de senso comum, sobretudo), de que reconhecer sofrimento emocional pode ser um sinal de fraqueza. E mais do que isso, existe uma certa dificuldade por parte de algumas pessoas em reconhecer o próprio sofrimento e/ou de tolerar a dor do outro. Nesse sentido, o que não é raro ver, é o incentivo a uma espécie de obrigação de "pensar positivo" ou de "se esforçar" para que "fique bem". Como se fosse algo simples passível meramente de escolha racional e deliberada. Há uma dificuldade de reconhecer o próprio limite emocional (entre outros aspectos) porque a própria noção de saúde na sociedade ocidental é bastante ampla, controversa, e por vezes até mesmo, vaga. Existe uma noção de que saúde é um estado de bem estar. Mas é bastante simplorio generalizar essa noção vaga de bem estar, uma vez que isso desconsidera as singularidades de cada pessoa e suas capacidades de desenvol

Psicologia e Prevenção do Suicídio - início do projeto

Psicologia e Prevenção do Suicídio - início do projeto Os temas em Saúde Mental e  mais especificamente em Psicologia, tem se tornado cada vez mais discutidos. Sobretudo o tema do Suicídio, por sua clara importância, tem sido cada vez mais debatido. Não há dúvidas que se tratam de temas fundamentais nos dias de hoje.  Decidi dar início ao projeto de fazer um blog para aprofundar temas relevantes. A proposta é aprofundar a reflexão sobre temas em Saúde Mental, sobretudo, sobre Luto e Prevenção do Suicídio, que são assuntos da minha experiência e formação, já que trabalho com questões como Luto, Cuidados Paliativos, Psico-Oncologia e com Prevenção do Suicídio há alguns anos. Pesquiso tais temas e atualmente estou desenvolvendo pesquisa sobre o Suicídio, numa abordagem filosófica. No blog, o espaço e o formato permitem uma abordagem mais detalhada de diversos temas. O objetivo é fomentar a discussão e disseminar informações que são essenciais no que se refere a saúde mental,